domingo, 25 de setembro de 2011

Carta eterna para o Brasil de hoje

Não conheço todos os partidos políticos, não tenho aproximação com nenhum deles, talvez até devesse conhecer melhor suas ideias de como melhorar o Brasil, não sei. Talvez eu devesse ter mais interesse pelo que acontece na política do meu país, do meu estado, da minha cidade... enfim, provavelmente eu seja como muitos, que reclamam quase todos os dias da situação atual, mas quase não se mexem para tentar resolver isso e expurgar essa politicagem malandra e de troca de favores que existe por aí.

Talvez os ideais dos partidos políticos sejam bons, honestos, mas com a estrutura política que hoje existe por aqui, não adianta ter boa vontade... porque no fundo, as atitudes sempre dependem das pessoas, e sempre haverá quem discorde de um discurso, seja para o bem ou para o mal. Às vezes eu penso "todos os partidos são iguais, todos! É tudo a mesma m****, nenhum presta"... é um nojo incontrolável esse meu, não consigo gostar, muito menos me interessar. Diga a sigla, qualquer uma serve, então pense se existem só pessoas boas, só atos de bondade, se não há alguém que tenha votado a favor de seu próprio aumento, ou que se posicione contra o que seu partido manda. Não tem, sempre há alguém para estragar o consenso, se é que existe.

Falta de vontade de lutar? Não, eu tenho vontade de lutar, talvez não com as armas mais poderosas, mas no que eu puder, eu vou tentar ajudar a melhorar o ambiente. Seja com um grito de raiva, de inconformidade, de frustração, seja agindo mais objetivamente, juntando pessoas, saindo pelas ruas, não sei ao certo, mas algo precisa ser feito. Vendo vídeos antigos no youtube, percebo que há 15 ou 20 anos também se reclamava dos que estavam no poder, dos que não faziam nada ou pouco faziam, mas talvez naquele tempo havia mais capacidade de indignação, de mostrar insatisfação e mostrar serviço mesmo, talvez mais do que tem hoje.

De 4 em 4 anos eu vejo o cenário se repetir, os políticos prometem melhorar, prometem ser melhores do que os que estão aí, alguns prometem ser o que já haviam prometido alguns anos antes, mas é sempre a mesma ladainha, nós sempre caímos na conversa, por esta mania feia de se acomodar ou simplesmente de fazer o que deveria ser o correto, que é acreditar no que o outro diz, com o pressuposto de que o que o outro está dizendo é verdadeiro e sincero.

Já estou me estendendo, era só pra ser uma coisa curta, acabou virando um texto gigantesco dentro do que posso, mas é que a frustração é tanta que dá vontade de escrever mais e mais sobre isso, para ver se alguém lê e se identifica, para ver se alguma pessoa, de sei lá onde, possa dizer que pensa da mesma forma ou parecido. Eu vejo muita vontade nas pessoas com quem converso, mas é tão pouco o tempo para protestos e para organizar algo em prol da população e que talvez nem tenha retorno porque não se sabe se dará certo, que as mesmas pessoas inconformadas dizem "tinha que mandar prender todos estes deputados, ninguém presta"... não digo que todos pensam e falam isso, mas alguns sim. Tem até aquela piada né: "o Bin Laden acertou as duas torres erradas, tinha que acertar aquelas lá de Brasília"... pois é, mas radicalismo talvez não seja a melhor opção. Será que as mesmas pessoas ruins, que só pensam em si, que pouco se importam com o cara passando fome e não podendo sustentar sua família, são as mesmas que tem um discurso encantador, que te prende a atenção e faz você acreditar em algo que talvez não seja verdadeiro? Será que a coincidência pode ser tanta assim? Eu não sei, eu não sei mesmo.

A vida é curta, o tempo é curto para fazer o que queremos, fazemos apenas o que podemos por nós mesmos, e olhe lá! Eu tenho essa mania de sempre pensar que por trás de cada discurso, mesmo daqueles que querem mudar, sempre tem uma segunda intenção, maléfica ou gananciosa, que caso ocorra um dia em que os que hoje protestam assumam o poder e possam melhorar a situação, eles não farão nada, ou acontecerá uma magia que os fará mudar de lado em suas ideias também, ou mostrarão suas faces ocultas e ambiciosas. É aquela história de que "o pior opressor é aquele que já foi oprimido". E tem outra, um cara só não faz nada, é preciso maioria, e a maioria hoje só se consegue com acordos, acordos políticos, políticos gananciosos, gananciosos acordos.

Troca de favores, é mais ou menos isso, pelo menos é o que eu vejo, eu distante e não atuante, bem pouco interessado. Mas um dia muda, um dia isso vai ter que melhorar, um dia alguém vai ter que me explicar como essa máquina funciona, e eu vou ter que entender, é claro. Ou se tem essa esperança de que as coisas vão melhorar, que vai mudar, ou deixa do jeito que está, se acostuma com a ideia e segue-se a vida do jeito que cada um quiser.

É o que eu acho, pelo menos.

André Maurício Lauer de Souza
25 de setembro de 2011

2 comentários:

  1. como diria a musica: não há mudança, só alternancia de poder. discriminado hoje discriminador amanhã!

    sério, porque acha que se ja tiveram tantas revoltas e protestos antes, que sao tao exaltados por todos, que dizem que nós nao somos como as gerações anteriores que tinham motivos para lutar, entao porque tudo ainda ta na merda, mesmo com aqueles que protestaram antes conseugindo lugares privilegiados na politica. sera que eles miraram isso desde o inicio? ou o poder muda o homem? ou dos que antes protestaram, apenas os bundões e manipulaveis que conseguiram lugares na politica????

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  2. Bem dito cara. É tudo isso que eu me pergunto também. O poder é algo muito perigoso... e revelador!

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